GENEBRA – A Rússia abriu uma disputa contra a União Europeia (UE) na Organização Mundial do Comércio (OMC), coincidindo com a cúpula do G-7 em Bruxelas, que excluiu Moscou e ameaça o governo de Vladimir Putin com mais sanções econômicas.
Em sua primeira disputa comercial desde sua entrada na OMC em agosto de 2012, a Rússia pediu para a entidade investigar, com a abertura de um painel, uma taxa cobrada pela UE sobre uma série de produtos russos. Os europeus alegam que as indústrias russas se beneficiam de preços de energia subvencionados e, assim, distorcem a concorrência internacional.
O governo de Putin primeiro acionou a OMC para consultas com os europeus, mas, passado o prazo de 60 dias, entrou imediatamente com pedido para a entidade instalar um painel de especialistas para examinar a medida da UE, que considera ilegal por infringir uma série de disposições do acordo antidumping da entidade.
Além disso, Moscou deflagrou o mecanismo de consulta da OMC com a UE sobre uma taxa de reciclagem de carros para veículos importados. Esta poderá ser a segunda disputa diante dos juízes da entidade global, visto o clima tenso entre Moscou e Bruxelas.
A Rússia estima que seus industriais sofram prejuízo de centenas de milhões de dólares por ano por causa desses “corretivos energéticos” aplicados pela UE contra uma série de setores russos, incluindo metalurgia e química.
Já a UE mantém sua posição de que o preço de energia em vigor na Rússia, bastante inferior ao praticado nos 28 países do bloco comunitário, constitui uma distorção da concorrência.
A disputa comercial lançada nesta semana pela Rússia coincide com a cúpula do G-7, em Bruxelas. Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão adotaram ontem à noite uma resolução na qual ameaçam Moscou com novas sanções se o governo Putin não reduzir a escalada militar contra a Ucrânia.
O G-7 exige que Moscou acelere a retirada de suas tropas da fronteira ucraniana, corte o fluxo de armas que entram na Ucrânia e exerça sua influência para convencer os pró-russos no leste do país a entregar suas armas.