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Governo quer ampliar acordos de comércio com países mais próximos

By 3 de octubre de 2014No Comments
Por Thiago Resende | De Brasília
 
Para aproveitar melhor o potencial de mercados na América Latina, o governo também vai negociar acordos com a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru) para facilitar o intercâmbio de serviços e investimentos. Esse será um dos temas de uma reunião entre o bloco e o Mercosul, do qual o Brasil faz parte, prevista ainda para este ano, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Daniel Godinho, ao Valor.

O governo está mirando em uma ‘ampliação temática’ dos acordos internacionais com esses mercados que estão territorialmente mais próximos e, assim, ter um efeito mais generalizado nas exportações brasileiras. Mesmo conversas que beneficiam apenas determinados setores, como é o caso de um acordo automotivo – bastante desejado pelos empresários – entre o Brasil e a Colômbia, ocorrem dentro dessa discussão mais ampla.

‘Hoje não podemos falar só em acordos para bens e mercadorias, pois temos que tratar também de [fomento a] investimentos e serviços, por exemplo. […] Automóveis é um setor importante. Queremos aumentar as exportações [de carros] e em todos os demais setores. Não há, nesse momento, nenhuma negociação específica, setorial’, disse Godinho.

Um acordo para melhorar as condições para empreendimentos e prestação de serviços com a Aliança do Pacífico é mais uma ação do governo para fortalecer a integração com países latino-americanos. Desde o ano passado, o Brasil quer antecipar a redução a zero de tarifas de comércio com nações andinas, como Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, o que está previsto para acontecer até 2019.

O cronograma de corte nas alíquotas de imposto de importação nas transações comerciais está em acordos assinados entre o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e diversos países andinos. As negociações para antecipar esses prazos avançaram há cerca de um mês com a ida de uma comitiva brasileira ao Peru e à Colômbia. Segundo o secretário, os dois vizinhos ‘aceitaram bem’ a ideia, mas ele não quis prever se já haverá um acordo em relação a esse tema na reunião entre os dois blocos econômicos neste ano.

Godinho disse também que o fim de tarifas comerciais entre o Brasil, o Peru e a Colômbia favoreceria especialmente as vendas brasileiras de produtos industrializados. ‘Os dois países são, sobretudo, mercados importantes para exportações de manufaturados, mas o setor agrícola também seria beneficiado’, completou.

De janeiro a setembro, os embarques de produtos brasileiros para o Mercosul caíram 12,7% em relação a igual período do ano passado. Se considerar apenas as exportações para a Argentina, a queda é de 25,7%, principalmente por causa do ramo automotivo. Por outro lado, as vendas de mercadorias para a América Latina e Caribe, exceto os países do Mercosul, apresentaram um leve aumento de 0,3% na mesma comparação.

De acordo com o secretário, o governo tem interesse em ‘recuperar o comércio com a Argentina, que atualmente está em retração por questões de conjuntura’ e, ao mesmo tempo, estreitar os laços com outros países da América Latina que podem ser destino de produtos nacionais.

 

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