Foto: Ichiro Guerra/ PR
A presidente Dilma Rousseff anunciou na manhã desta sexta-feira (2) a tão esperada reforma ministerial. As mudanças administrativas têm o objetivo de conter despesas e reaproximar o governo do Congresso Nacional. Estima-se que as medidas reduzirão em R$ 200 milhões o gasto da União.
A presidente cortou dez pastas, mas criou outras duas. O Brasil conta agora com 31 ministérios, em vez dos 39 do início do segundo mandato de Dilma.
“Com as mudanças no governo, a presidente visa recompor sua base aliada no Congresso Nacional,conter os processos de impeachment e aprovar as novas medidas do ajuste fiscal”, afirma o consultor em relações governamentais da Barral M Jorge, Thiago Soares.
De acordo com a presidente Dilma Rousseff a reforma tem por objetivo “consolidar a base política buscando uma maioria”. Com as alterações, o governo volta a obter maioria parlamentar, o que pode evitar derrotas na aprovação de matérias do seu interesse na Câmara e no Senado.
“A partir de agora espera-se que o PMDB aumente a sua influência nas decisões e políticas da administração federal”, analisa o consultor.
Ao todo, sete ministérios serão comandados pelo PMDB. O partido ganhou o comando do ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e também o da Saúde, que possui o maior orçamento da Esplanada (R$ 91,5 bilhões para 2015). Até então, seis pastas eram comandadas pelos peemedebistas: Agricultura, Aviação Civil, Portos, Turismo, Minas e Energia e Pesca.
Conheça o perfil dos novos ministros:
Casa Civil – Jaques Wagner (PT)
Foi governador da Bahia de 2007 a 2015. É homem de confiança de Lula e fez parte da equipe do ex-presidente como ministro do Trabalho e Emprego e também como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais.
Ministério da Defesa – Aldo Rebelo (PCdoB)
Foi presidente da Câmara dos Deputados entre 2005 e 2007. Participou do governo Lula como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais. Com Dilma, começou em 2011 no ministério dos Esportes, no segundo mandato foi para o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Agora está na Defesa.
Ministério da Educação – Aloízio Mercadante (PT)
Homem histórico do Partido dos Trabalhadores (PT). Foi deputado, senador e está no governo Dilma desde o início do primeiro mandato. Passou pelo ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, foi para a Educação, chegou à Casa Civil e, agora, na última reforma, voltou para o MEC.
Ministério do Trabalho e da Previdência Social – Miguel Rossetto (PT)
No governo Lula, foi ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA). Com Dilma, começou também no MDA, foi para a Secretaria-Geral da Presidência e agora está no ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Ministério da Saúde – Marcelo Castro (PMDB)
É médico psiquiatra e deputado federal desde 1999, eleito pelo estado do Piauí. É ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mais do que as obrigações com o ministério da Saúde, Castro tem a função de acalmar os ânimos do PMDB no Congresso Nacional para aprovar as medidas do ajuste fiscal do governo. Vai controlar o maior orçamento da Esplanada (R$ 91,5 bilhões)
Ministério das Comunicações – André Figueiredo (PDT)
Foi secretário executivo do ministério do Trabalho e Emprego em 2007, na gestão de Carlos Lupi. É deputado federal eleito pelo estado do Ceará. Com a nomeação de Figueiredo para o ministério das Comunicações, Dilma pretende reaproximar o governo do PDT.
Ministério da Ciência e Tecnologia – Celso Pansera (PMDB)
É deputado federal eleito pelo estado do Rio de Janeiro. Pansera também é muito próximo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assim como Marcelo Castro, nomeado para a Saúde. Ele defende que o MEC transfira a responsabilidade sobre o ensino superior para o Ministério da Ciência e Tecnologia, “para desprender-se do lobby dos reitores das universidades”.
Secretaria de Governo – Ricardo Berzoini (PT)
Começou o segundo mandato de Dilma na Secretaria de Relações Institucionais, foi para ministério das Comunicações e agora passou para a nova Secretaria de Governo, que é a fusão da Secretaria-Geral, da Secretaria de Relações Institucionais, Gabinete de Segurança Institucional e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Foi deputado federal por quatro mandatos consecutivos (1999 a 2014), eleito por São Paulo. Participou do governo Lula como ministro da Previdência Social e também do Trabalho e Emprego.
Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos – Nilma Lino Gomes (PT)
Foi nomeada ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no segundo mandato de Dilma. É pedagoga e foi a primeira mulher negra a comandar uma universidade federal brasileira, em 2013.
Secretaria dos Portos – Helder Barbalho (PMDB)
Trocou a extinta Secretaria da Pesca e Aquicultura pela Secretaria de Portos, que era comandada por Edinho Araújo. É filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Foi derrotado nas eleições para o governo Pará em 2014.
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