Restam poucas dúvidas de que a Presidente Dilma tenha de fato delegado a gestão da política econômica a Joaquim Levy.
A desenvoltura do novo Ministro da Fazenda durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, remete aos tempos em que era Secretário do Tesouro: falar e fazer o necessário.
Nos idos de 2005, Levy já era um frequentador assíduo e respeitado das reuniões da junta orçamentária no Palácio do Planalto. Quando pertinente, não hesitava em discordar frontalmente da então ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. E era ouvido.
Liberada da economia e com mais tempo para navegar por outras pastas, Dilma parece ter redescoberto a importância do Bloco “J” da Esplanada dos Ministérios: o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Na reunião interministerial que aconteceu nesta terça-feira (27/01), foram anunciadas dois novos planos e uma medida tributária que recolocam o MDIC em posição de destaque neste segundo mandato:
· O Programa Nacional de Exportações, para incrementar o comércio exterior. A medida deve resultar na retomada das missões comerciais conjuntas de governos e empresários, que foram uma das marcas bem sucedidas da política externa e comercial do então presidente Lula.
· O Programa de Desburocratização e Simplificação das Ações do Governo, que deve gerar impactos positivos no dia a dia das empresas.
· O aperfeiçoamento do Supersimples, em prol das micro e pequenas empresas.
Para além da política, a decisão de empoderar o MDIC possui um fundo econômico. Com pouca margem de manobra na Fazenda, reformas microeconômicas e uma nova agenda de competitividade ganham fôlego no governo.
Ao lado de gastar menos e melhor, buscar resultados pelas margens é o novo lema deste novo mandato.
Gabriel Merheb Petrus é consultor da área de relações governamentais e estratégia da Barral M Jorge & Associados em Brasília.