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Plano do PMDB falha: rompimento em massa não acontece

By 5 de abril de 2016No Comments

A poucos dias do aguardado anúncio, eram poucos os que duvidavam de um efetivo rompimento do PMBD em relação ao governo. De fato, no dia 29 de abril, a saída do partido fora confirmada – mas não com os efeitos secundários que seus líderes haviam planejado. Em tese, após a saída de um dos maiores aliados do PT em muitos anos, previa-se um afastamento em massa por parte de outros partidos minoritários. Estes, sob a liderança do PMDB, iriam igualmente “abandonar o barco” e deixar o governo enfrentar o impeachment por si só. O resultado não foi bem assim.

 O chamado “centrão”, formado por PP, PR, PSD e demais partidos, adotou uma postura mais autônoma e assertiva e, ao contrário do que se conjecturava, não rompeu com o governo de Dilma Rousseff. Essa inércia concedeu à Presidente tempo hábil para organizar-se de modo a garantir mais espaço de manobra contra sua impugnação. A chamada “repactuação”, léxico próprio do planalto, possibilitou o apaziguamento dos ânimos destes partidos menores em prol da restruturação da base aliada. Com isso, além de minimizar os efeitos da saída do PMDB, o governo pretende retomar sua busca por votos contra a abertura do processo de impeachment na Câmara.

 Tendo consciência de seu papel nesta nova roupagem da coalização, os partidos do centrão já realizaram certas demandas à Presidente (PP, por exemplo, já anunciou sua predileção pelo Ministério da Saúde ou da Educação – pastas com orçamentos altos. Dilma, por sua vez, já realizou mudanças em algumas agências, como a FUNASA, CONAB e INCRA.  

 A votação na Câmara dos Deputados ocorrerá daqui a duas semanas. Pesquisas de opinião já apontaram ganhos e perdas para ambos os lados. Todavia, com os levantamentos obtidos até o momento, pode-se inferir ainda há indefinição e resistência, por parte dos parlamentares contatados pelo Planalto, como PP e PR, em apoiar a petista. 

 

 

* Texto do consultor de Relações Governamentais da Barral M Jorge, Francisco Almeida.

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