O Banco Central anunciou o novo número na noite desta quarta-feira (29). Economista e consultor da Barral M Jorge analisa o aumento da taxa básica de juros
Os juros básicos da economia brasileira subiram de 13,75% para 14,25% ao ano, conforme anúncio feito nesta quarta-feira (29) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Essa foi a sétima alta consecutiva da taxa, que chega ao maior patamar em nove anos.
Em nota, o BC disse que os juros devem permanecer nesse novo patamar ‘por período suficientemente prolongado’ para garantir a convergência da inflação para a meta no fim de 2016.
O economista e consultor da Barral M Jorge em Paris, Jonas Rama, lembra justamente que o objetivo do BC com o anúncio de ontem é ter maior controle sobre a inflação. “O Banco Central se mantém comprometido no combate à inflação e retorno à meta”, ressalta.
O consultor destaca que a medida já era esperada por conta da conjuntura econômica brasileira. “ A continuação de uma postura rígida no combate à inflação é um mal necessário. O Banco Central vem subindo a taxa, mas não tem tido o resultado esperado”, afirma.
Se, por um lado, o aumento dos juros básicos demonstra comprometimento do governo em tentar controlar a subida de preços, por outro, gera efeitos negativos sobre a atividade econômica do país.
“Como consequência, teremos desaceleração da atividade econômica, com impacto negativo em financiamentos como um todo. O impacto em financiamento de exportações e dívidas em carteiras de empresas preocupa”, cita Jonas.
Para o consultor, o anúncio do Banco Central não é uma surpresa. “O que é de se surpreender é que chegamos a esse ponto”, completa.
O que diz a Confederação Nacional das Indústrias (CNI)
Em nota divulgada na noite de ontem, a CNI ressaltou que a elevação da taxa retrairá ainda mais a atividade industrial. Para Confederação, “é preciso combinar uma política fiscal austera com a adoção de medidas pró-competitividade para estimular o investimento e a gradual recuperação da atividade econômica”.
