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As exportações brasileiras para o Paraguai totalizaram US$ 2,197 bilhões entre janeiro e outubro deste ano, um aumento de 23,3% na comparação com igual período de 2016. Os números são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Com isso, o país subiu para a terceira colocação entre os principais destinos dos produtos brasileiros na América do Sul, superando a Colômbia e o Uruguai. As duas primeiras posições foram mantidas por Argentina e Chile.

Os embarques de carros puxaram o aumento visto neste ano. As exportações de veículos para carga, por exemplo, cresceram 311,2%, no confronto com 10 meses do ano passado. Já os automóveis para passageiros tiveram aumento de 91,6%. Somados, os dois itens geraram US% 76,5 milhões durante 2017.

Segundo Edgard Vieira, consultor de comércio internacional da Barral M Jorge, esse crescimento se deve a uma maior busca do setor automotivo brasileiro por compradores no mercado internacional, já que a demanda interna ainda está se recuperando. «Além disso, a situação econômica do Paraguai é relativamente boa, o que favorece essas vendas», acrescenta o especialista.

Ele indicou que os embarques podem crescer mais nos próximos anos. «Há um acordo automotivo sendo negociado entre os países. Se for fechado, as vendas de carros vão ter mais uma expansão. »

A trajetória econômica paraguaia também deve continuar favorável. De acordo com as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) local vai avançar 3,9% neste ano e crescer 4% no ano que vem.

Além dos automóveis, tiveram altas expressivas, entre janeiro e outubro, as vendas de condutores elétricos (+83%, para US$ 30,1 milhões), calçados (+319%, para US$21,8 milhões) e ceifeiras (+104%, para US$21,4 milhões).

Com o avanço desses itens de maior valor agregado, as exportações de manufaturados cresceram 23,3% na comparação com o ano passado. Subiram, também, as vendas de produtos básicos (+29,5%), com destaque para o fumo (+16,5%) e o milho (+178).

Negócios

Os investimentos no Paraguai foram tema de um evento realizado em São Paulo na semana passada. Na visão dos palestrantes, o país aparece entre as melhores opções para a realização de aportes na América do Sul atualmente.

Para o CEO do escritório Ronaldo Martins & Advogados, os baixos custos de mão de obra, energia elétrica e locação de imóveis são alguns dos principais atrativos locais. «Mesmo com algumas turbulências políticas, como o impeachment [do ex-presidente Fernando Lugo], existe uma estabilidade no país que diz respeito à atração dos investimentos», afirmou Ronaldo Martins.

O indicador de clima econômico, divulgado trimestralmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), colocou o Paraguai na primeira posição, entre as 11 principais economias da América Latina, no mês de julho. O levantamento é feito com base em avaliações de analistas sobre a situação atual e as expectativas para o futuro do quadro econômico.

Já no relatório de setor externo do Banco Central, o Paraguai foi o décimo principal destino do investimento brasileiro em participação no capital no mundo. O valor dos aportes, entretanto, ainda é tímido. Foram enviados US$ 127 milhões entre janeiro e setembro, uma alta considerável em relação aos US$ 10 milhões vistos em todo o ano passado.

Importações

Enquanto as exportações para o país vizinho cresceram, as compras brasileiras de produtos paraguaios diminuíram 2,6% ao somar US$961 milhões entre janeiro e outubro.

No recorte por mercadoria, as principais quedas nas importações foram vistas para soja (-31,5%, para US$80,4 milhões) e milho (-53,8% para US$73 milhões). Por outro lado, a compra de jogos de fios para velas de ignição, principal item da pauta, teve alta de 68%, para US$ 164 milhões.

Renato Ghelfi

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