Consultor analisa o cenário político e econômico depois do anúncio da agência de risco
O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, concedeu entrevista coletiva na tarde de hoje, um dia após a nota de crédito do Brasil ser rebaixada pela Standard and Poor’s (S&P). Na oportunidade, Levy ressaltou a importância da estabilidade fiscal para o país alcançar resultados positivos.
Para o consultor em Relações Governamentais da Barral M Jorge, Thiago Soares, basicamente três motivos contribuíram para o país ter sua reputação de bom pagador comprometida.
“Primeiramente, em julho deste ano, tivemos a revisão da meta de superávit primário, o que demonstrou, na época, certo relaxamento por parte do governo para tratar do ajuste fiscal”, pontua o consultor. “Recentemente, o envio ao Congresso da proposta de orçamento para 2016 com déficit também contribuiu para a decisão da S&P”, completa.
Thiago destaca, ainda, que a instabilidade do ambiente político-institucional do país interferiram de forma negativa para a nota do Brasil ser rebaixada de “BB+“ para “BBB-”.
“Ou o governo muda a atitude em relação à política econômica ou a situação vai se agravar ainda mais”
O ministro da Fazenda admitiu em coletiva que é provável que o brasileiro tenha que pagar mais impostos para atravessar o período atual com segurança. Segundo Thiago, é notório que o governo necessita mudar as atitudes relacionadas à política econômica ou a situação tende a piorar. Ele cita o corte de gastos e a criação de novos impostos como possíveis medidas.
“O Brasil demorou tempo considerável para ganhar o grau de investimento e o selo de bom pagador, então o rebaixamento pode ser encarado como um revés para a atual equipe econômica”, finaliza.
