O dólar rompeu a barreira dos R$ 4 durante a semana e bateu recorde de valorização desde o lançamento do Plano Real. A escalada da moeda americana gera impactos no mercado nacional e diminui o poder de compra do brasileiro.
Por outro lado, o real mais fraco beneficia a indústria que exporta, já que o custo da produção é pago em moeda nacional e vendido em dólar.
A consultora em Comércio Internacional da Barral M Jorge, Monica Rodriguez, enxerga uma oportunidade para as exportações brasileiras, mas ressalta as dificuldades da indústria nacional.
“Mesmo que o momento seja bem favorável para as exportações, há que se perceber que os produtos brasileiros ainda não são competitivos no exterior”, adverte a consultora.
Monica sugere que, para reverter esse panorama, políticas comerciais mais efetivas precisam ser implementadas, a exemplo de subsídios às exportações, redução de barreiras não tarifárias e facilitação de comércio, além de investimento em infraestrutura. “Os exportadores não podem confiar apenas na questão cambial, que no momento lhes é favorável”, conclui.
Atração de mercados
Com o lançamento do PNE – Plano Nacional de Exportações, em junho deste ano, ficou claro que o governo busca uma forma de fortalecer as políticas comerciais com países como EUA e as nações asiáticas.
“A abertura é, sem dúvida, necessária. O governo também acenou com medidas orientadas para a simplificação dos processos de operações de exportação e importação”, completa Monica.
O plano tem por objetivo incentivar, facilitar e aumentar as exportações brasileiras baseando-se em cinco pilares: acesso a mercados; promoção comercial; facilitação do comércio; financiamento e garantia às exportações; e aperfeiçoamento de mecanismos e regime tributários para o apoio às exportações.