Em quatro dias, o Rio de Janeiro sediará – pela primeira vez no Brasil e na América Latina – os Jogos Olímpicos. Impeachment, Zika, violência e escândalos de corrupção aumentam o clima de preocupação e de incertezas no país anfitrião que receberá milhões de turistas estrangeiros.
Juliano Griebeler, Analista Político da BMJ, concedeu entrevista ao jornal inglês The Telegraph e ao portal de notícias espanhol Bez sobre as probabilidades políticas das próximas semanas.
No mesmo dia em que o Brasil receberá visitantes de todo o mundo para abertura das Olímpiadas no Maracanã, a Comissão Especial do Impeachment do Senado lerá votará o parecer do processo de Dilma. O relatório está previsto para ir à votação durante a primeira semana dos Jogos, sendo o que o fim do julgamento deve acontecer entre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, no final de agosto.
Em meio a esse cenário, na última sexta-feira (29), o ex-Presidente Lula, peça fundamental para que o Brasil tivesse a proposta vencedora para sediar as Olimpíadas e principal apoiador de Dilma, foi declarado réu na Operação Lava-Jato sob a acusação de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Com a sombra do impeachment durante os Jogos, tanto os apoiadores quanto os críticos de Dilma são propensos a utilizar os Jogos Olímpicos como oportunidade para marcar pontos políticos.
‘Apesar de os movimentos de rua terem perdido força nos últimos meses, os movimentos pró-Dilma devem tentar tirar proveito da atenção internacional para fazer novas manifestações contra o governo interino’, disse Juliano Griebeler ao The Telegraph.
‘Ainda assim, se os Jogos Olímpicos derem certo e forem um sucesso, Temer poderá usar os resultados a seu favor para mostrar que não há perturbações graves e que apesar disso, o processo de impeachment continua em curso. Outro fator a ser lembrado é que há risco real de o presidente interino ser vaiado na abertura dos Jogos, devido ao descontentamento público com a classe política.’
Dilma se recusou a participar da cerimônia de abertura, em protesto contra a inclusão de Temer, que receberá oficialmente 45 líderes mundiais como chefe interino.
As incertezas no Palácio do Planalto são reforçadas ainda pelas contínuas descobertas de esquemas de corrupção, as quais tem resultado na prisão de dezenas de executivos, ex-ministros e outros altos funcionários. ‘A estabilidade está longe de ser alcançada. Ainda há muito para descobrir ‘, afirmou Juliano ao Bez.
Para mais informações sobre o tema leia as matérias completas do The Telegraph e do Bez.
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Camilla Azeredo
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