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BMJ

Para o Brasil, eleito terá de negociar com empresários

By 16 de abril de 2013No Comments

Por Sergio Leo | De Brasília

A vitória apertada de Nicolás Maduro aumenta a necessidade de ele negociar com setores empresariais no país e buscar apoio internacional, especialmente no Brasil, acreditam autoridades brasileiras.

Ontem, o governo brasileiro deu o reconhecimento à vitória de Moreno, ignorando os apelos da oposição venezuelana de recontagem de votos. ‘A eleição de ontem foi uma vitória da democracia’, disse o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota.

A presidente Dilma Rousseff telefonou a Maduro e, segundo nota da Presidência, ‘manifestou sua satisfação com o clima de normalidade da votação e disse estar pronta a trabalhar com o novo governo venezuelano.’ O eleito teria agradecido e dito que a disputa acirrada indica a ‘vitalidade das instituição e da democracia venezuelana’.

‘Os resultados devem ser respeitados, por emanar da autoridade máxima venezuelana, que é o Conselho Nacional Eleitoral’, disse Patriota, após avaliação da Unasul.

Para autoridades brasileiras, a vitória apertada e o crescimento da votação da oposição obrigarão Maduro a reduzir o tom de confronto que marcou o governo Chávez e a negociar apoio no meio empresarial. Também será no Brasil que o novo presidente poderá buscar reconhecimento externo para iniciativa como uma necessária recomposição diplomática com o governo dos EUA, fortemente criticado durante a campanha pelos chavistas e o próprio Maduro.

Como ministro de Relações Exteriores de Hugo Chávez, Maduro mostrou-se um negociador de atitudes moderadas e capaz de evitar ações radicais do governo. Na decisão da Unasul e do Mercosul de suspender o Paraguai, devido ao impeachment do presidente Fernando Lugo, em 2012, foi Maduro que ajudou a presidente Dilma a fazer Chávez recuar as sanções econômicas anunciadas por Chávez contra o governo paraguaio.

Para o governo brasileiro, os principais desafios de Maduro são a inflação alta, impulsionada pela recente desvalorização da moeda, a ineficiência burocrática das empresas, muitas estatizadas recentemente e o câmbio excessivamente valorizado. Acredita-se em Brasília, porém, que Maduro tem alguma folga para tratar desses problemas, que exigirão, porém, habilidade política.

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