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BMJ

Reforma no México deve gerar novo boom de petróleo

By 28 de fevereiro de 2013No Comments

Por John Paul Rathbone e Adam Thomson | Financial Times, da Cidade do México

O chefe do monopólio estatal de petróleo do México acredita que os legisladores deverão aprovar a importante reforma do setor de energia proposta pelo presidente Enrique Peña já no terceiro trimestre deste ano, uma medida que deverá resultar em dezenas de bilhões de dólares em investimentos estrangeiros.

Grandes petroleiras como a Exxon-Mobil e a Royal Dutch Shell, anteriormente alijadas do mercado pelas políticas energéticas protecionistas do país, já disseram estar prontas para investir se o Congresso aprovar a aguardada reforma.

‘Estou confiante de que os partidos políticos chegarão a um acordo’, disse ontem ao ‘Financial Times’ Emilio Lozoya, recentemente nomeado diretor-presidente da Pemex, em sua primeira entrevista de fôlego.

Lozoya disse que a reforma permitirá à Pemex trabalhar lado a lado com as maiores companhias de petróleo do mundo pela primeira vez em mais de meio século. A Pemex, com receitas anuais de mais de US$ 100 bilhões, é a sétima maior produtora de petróleo do mundo.

O peso de ser a máquina de fazer dinheiro do governo – a Pemex contribui com mais de um terço das receitas federais – a deixou com problemas para explorar algumas das mais promissoras reservas de petróleo da América do Norte.

‘Não podemos fazer isso sozinhos’, disse Lozoya. ‘Precisamos mudar o arcabouço legal do México para que as companhias possam dividir os riscos.’

Lozoya também descartou a possibilidade de a Pemex ter parte de seu capital aberto, como aconteceu com a Petrobras no Brasil e a Ecopetrol na Colômbia. ‘Não, definitivamente não’, afirmou. ‘Não na administração de Enrique Peña Nieto.’

A Pemex vem sofrendo com anos de investimentos insuficientes, e sua produção caiu de um pico de 3,4 milhões de barris por dia em 2004, para menos de 2,6 milhões de barris/dia. No mês passado, uma explosão em sua sede na Cidade do México matou 32 pessoas.

O otimismo de Lozoya transparece no momento em que os investidores desviam suas atenções do Brasil para o México, o que está levando o mercado de ações locais a apresentar altas recorde. Peña Nieto prometeu aprovar o pacote de reformas mais ambicioso em décadas.

Economistas acreditam que as medidas – que incluem reforma tributária, na competição, no mercado de trabalho e na educação – poderão transformar o México em um dos mercados emergentes mais promissores do mundo e elevar o crescimento econômico para 6% ao ano.

A energia é o ponto central das reformas de Peña Nieto. O México tem reservas de petróleo estimadas em 115 bilhões de barris, comparáveis às do Kuait. Apenas pouco mais da metade das reservas é não convencional, incluindo gás de xisto.

Lozoya não quis falar sobre os termos que poderá oferecer aos investidores. As companhias de petróleo gostariam de ver um sistema que as permitisse dividir os lucros de novos projetos de exploração e contabilizar reservas.

Se as reformas não acontecerem, Lozoya disse que a Pemex ainda conseguirá aumentar a produção para 3 milhões de barris de petróleo por dia até o fim do primeiro mandato de Peña Nieto, em 2018.

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http://www.valor.com.br/internacional/3026020/reforma-no-mexico-deve-gerar-novo-boom-de-petroleo#ixzz2MDZSApzg

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