Nesta quarta, após a sessão plenária que durou mais de seis horas, o deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ) foi anunciado como o novo presidente da Câmara dos Deputados. Com o total de 285 votos, Maia derrotou o segundo colocado Rogério Rosso (PSD/DF), um dos favoritos ao título apontado por Temer, por 115 votos de vantagem. Entretanto, ambos os candidatos são da base aliada ao governo. Todo o processo de votação foi secreto e feito por meio de sistema eletrônico.
O sucesso de Maia foi alcançado com votos do PMDB, PSDB e até do PCdoB. Em seu discurso após o anúncio do resultado, o novo presidente disse que sua eleição não seria possível sem o apoio dos partidos de esquerda, e que os dois principais responsáveis por sua candidatura foram os deputados Carlos Sampaio (PSDB/SP) e Orlando Silva (PCdoB/SP).
Waldir Maranhão (PP/MA), presidente interino, também demonstrou tentar minar as chances de Rosso sucedê-lo. A estratégia de Maranhão era convencer seu partido a escolher outro candidato para concorrer ao cargo e mitigar o total de votos de Rosso no primeiro turno. A partir disso, o presidente interino aumentaria as chances de Maia, seu candidato favorito, ganhar a disputa.
De acordo com o núcleo político da BMJ, Maranhão deixará a presidência com a desaprovação de seu próprio partido e de Eduardo Cunha, que categoricamente disse que a Câmara se tornou acefálica sob seu comando. Nesse sentido, Temer emerge como o principal vencedor da eleição, considerando que Maranhão estava criando obstáculos para a votação da agenda do governo desde seu primeiro momento como presidente.
O Consultor em Relações Governamentais Juliano Griebeler afirmou que “Rogério Rosso era o nome favorito de Temer para o cargo. Rodrigo Maia, no entanto, também é da coalizão governamental e o Palácio do Planalto espera que, sob seu comando, haja uma melhora no relacionamento com a Câmara dos Deputado. Todavia, após o processo impeachment, assuntos mais controversos vão ser apresentados e votados no plenário, e o contexto exigirá forte articulação do Secretário de Governo, Geddel Vieira (PMDB/BA), e, especialmente, uma liderança sólida de Maia”.
Juliano também indiciou que devido à diversidade de votos recebidos, é esperado que Maia mantenha a independência da Câmara dos Deputados sem, no entanto, criar problemas para a votação da agenda do governo interino.
Rodrigo Maia também fará parte da linha sucessória para a presidência. Se o processo de impeachment for confirmado em agosto, Maia será o substituto direto de Michel Temer.
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Camilla Azeredo
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