Por Sergio Lamucci | De Washington
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitará Brasília no dia 13, para se encontrar com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Será a primeira viagem de Kerry ao país desde que assumiu o cargo, em fevereiro.
Patriota e Kerry se reuniram em Washington em 20 de maio, quando foi anunciado que a presidente Dilma Rousseff fará uma visita de Estado aos EUA em outubro deste ano, a primeira com esse status desde a realizada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 1995, no governo Bill Clinton. ‘Os chanceleres examinarão os principais temas da agenda bilateral, regional e global’, diz a nota do Itamaraty.
O ministro brasileiro e o secretário de Estado americano vão se encontrar pela primeira vez desde que, no começo de julho, surgiram informações de que o governo dos EUA espionou e-mails e ligações telefônicas no Brasil. É um dos temas que deverão estar na pauta. Em 19 de julho, o vice-presidente americano, Joe Biden, ligou para Dilma para tratar do assunto, lamentando a repercussão negativa no Brasil das notícias sobre o monitoramento feito pelos EUA.
Kerry e Patriota também devem tratar dos preparativos da viagem de Dilma. Os atentados de Boston, em abril, levaram Kerry a adiar visita já agendada ao Brasil e à Colômbia. Na ocasião, ele disse que iria à região em breve.
O Departamento de Estado americano informou que Kerry também visitará a Colômbia, onde deve chegar dia 12. ‘Na Colômbia e no Brasil, Kerry vai se encontrar com autoridades governamentais de alto nível para discutir assuntos de interesse bilateral’, informa a breve nota do governo americano.
A viagem de Kerry ao Brasil e à Colômbia ocorre num cenário em que o governo do presidente Obama dá sinais de maior aproximação com os países da América Latina. Além da viagem de Dilma aos EUA em outubro, Biden esteve no Brasil no fim de maio, numa viagem que incluiu visita à Colômbia e a Trinidad Tobago.
Na semana passada, o Senado americano confirmou Liliana Ayalde como embaixadora no Brasil. Ela substituirá Thomas Shannon, no cargo desde 2010.
Ontem, no Rio, Patriota disse que o Brasil poderá recorrer a retaliações cruzadas, previstas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em setores como serviços e propriedade intelectual. Essa posição poderá ser adotada, caso o governo americano confirme o encerramento, em outubro, do pagamento de indenização no caso dos subsídios ilegais concedidos aos produtores de algodão americanos. A indenização foi definida após disputa na OMC, vencida pelo Brasil em 2009. (Colaborou Guilherme Serodio, do Rio)
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