As empresas estrangeiras têm perdido o interesse em investir sozinhas em projetos ‘greenfield’ (a partir do zero) na indústria brasileira de óleo e gás. A avaliação é da Agência Brasileiras de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que trabalha com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) para reduzir os riscos de investimentos estrangeiros e fomentar joint ventures entre fornecedores brasileiros e internacionais no setor.
‘Temos notado uma redução da procura de investimentos em greenfields, mas temos cada vez mais procura de empresas interessadas em joint ventures. Ao invés de ficarmos reativos à demanda de estrangeiros, vamos atuar de forma mais proativa na busca de parceiros’, explica o gerente Executivo de Investimentos da ApexBrasil, Sérgio Ferreira.
A instituição assinou, em julho, um convênio com a Onip para incentivar a formação de parcerias da indústria local de bens e serviços das áreas subsea (equipamentos e soluções submarinas) e navipeças (componentes de embarcações)
Num primeiro momento, a Onip está mapeando a demanda da indústria brasileira. A instituição pretende selecionar 30 companhias brasileiras aptas a fechar parcerias internacionais. A competência das empresas será avaliada segundo critérios como gestão, pessoal, endividamento e disponibilidade de laboratórios, por exemplo.
A meta da Onip é que, ao fim dos dois anos de convênio, sejam fechados, ao menos, dez joint ventures com fornecedores estrangeiros. ‘O objetivo do projeto é aumentar a percepção de segurança dos investimentos estrangeiros e transferir tecnologia para o Brasil’, explica Bruno Musso, superintendente da entidade do setor.
Após mapear as potenciais empresas brasileiras, a Onip pretende organizar missões empresariais internacionais. Nos planos, estão previstas quatro visitas à Europa, uma ao mercado asiático e quatro à América do Norte.
A ideia é que agências de fomento de outros países, e possivelmente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), participem do projeto. A Onip aposta, ainda, na política de conteúdo local para atrair estrangeiras que já fornecem para projetos no país e que, numa primeira avaliação, não teriam interesse em investir num mercado já conquistado.
