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Thales define plano para triplicar vendas na América Latina

By 21 de julho de 2014No Comments
Por Virgínia Silveira | De São Paulo
 
A francesa Thales estabeleceu um plano estratégico para triplicar suas vendas na América Latina, com foco no Brasil, onde se concentram hoje seus principais negócios nas áreas de defesa, aeroespacial e de transporte urbano. ‘A nossa meta é crescer três vezes a participação da região, hoje de 5%, na receita global da companhia, que em 2013 foi da ordem de € 14,2 bilhões’, disse Cesar Kuberek, vice-presidente da Thales para a América Latina.

Trabalhar em parceria com as principais empresas desses setores na região, como a Embraer, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Telmex, segundo o executivo, é um dos fatores que ajudarão a empresa a atingir mais rapidamente seus objetivos. Kuberek destaca o projeto feito para o governo da Cidade do México, com a implantação do maior sistema de vigilância e monitoramento do mundo, um negócio avaliado em US$ 450 milhões.

Nos últimos quatro anos, de acordo com Kuberek, a Thales triplicou suas vendas na região e em 13 anos de atuação no mercado brasileiro investiu mais de € 120 milhões em desenvolvimento de tecnologia. ‘O Brasil é hoje um dos dez países chaves para o futuro da Thales, junto com a China, Rússia, Índia, Malásia, Qatar, Arábia Saudita, Singapura, Turquia e Emirados Árabes’, afirmou o diretor-geral da Thales no Brasil, Julien Rousselet.

O diretor lembra que o país tornou-se o centro de competência mundial da francesa Thales para a exportação de um radar de gestão de tráfego aéreo, desenvolvido no país pela empresa Omnisys, cujo controle a Thales adquiriu em 2011. Quatro desses radares já foram despachados para a China e um para a Colômbia, além da França, mas a empresa informa que outros dois contratos de exportação estão sendo negociados para este ano.

O reforço dos negócios destinados ao mercado externo, segundo Rousselet, virá também por meio de parcerias estratégicas e industriais que promovam o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias no Brasil. ‘Não é possível viver só do mercado brasileiro. A exportação é fundamental para compensarmos a queda do orçamento destinado aos setores espacial e de defesa.’

Kuberek diz que existe uma tendência de consolidação do parque industrial existente nos setores aeroespacial e de defesa. ‘A ideia é juntar capacidade e otimizar os investimentos do governo brasileiro nessas áreas’. O executivo não descarta a possibilidade de a Thales investir em algumas empresas no Brasil nessas áreas.

Em 2013, a Thales Alenia Space (joint-venture entre Thales e Finmeccanica) assinou com a empresa Visiona (joint-venture entre Embraer e Telebras), o contrato de fornecimento do satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas (SGDC). Segundo estimativas do mercado, o projeto do satélite e seu lançamento, que será feito pela Arianespace, estão avaliados em US$ 350 milhões.

O contrato inclui compromissos de transferência de tecnologia para capacitar empresas brasileiras no desenvolvimento de futuros projetos de satélites de observação ambiental, por exemplo, conforme Rousselet.

Segundo o executivo, 14 empresas nacionais serão contempladas por projetos de capacitação tecnológica em áreas como a de sistemas aviônicos, controle de satélite, observação da Terra, câmeras para captar imagens por satélites, estrutura, energia, entre outras. ‘São parcerias para desenvolvimento de tecnologias, que poderão ser utilizadas em vários projetos’, disse.

O desenvolvimento do primeiro satélite SGDC, segundo Rousselet, é o passo inicial para o processo de transferência de tecnologias de interesse do país. Atualmente, 35 engenheiros brasileiros estão na França participando de intercâmbio de conhecimento na área de concepção, monitoramento e controle de satélites.

Para trabalhar nesses projetos e fortalecer a área de transportes, que começa a trazer retorno para a empresa, com o fornecimento de sistemas de comunicação e de sinalização de metrôs, a Thales abri uma unidade no Parque Tecnológico de São José dos Campos.

‘Trata-se de uma área propícia ao desenvolvimento tecnológico, com várias empresas de ponta já instaladas ali, especialmente a Visiona e a Embraer, com as quais a Thales tem uma parceria importante’, disse. A Thales e a Embraer também são parceiras no programa do avião de transporte militar KC-390. A empresa francesa foi selecionada para fornecer o sistema de navegação inercial e o GPS da aeronave.

Entre os negócios da Thales no segmento der transporte, o diretor destaca o fornecimento do VLT de Santos e do sistema de comunicação e de gerenciamento da sinalização do metrô de Salvador. ‘Assinamos o contrato em fevereiro para entrar em operação durante a Copa. Um projeto que normalmente leva 24 meses para ser implementado.’ A empresa tem planos de contratar 50 profissionais para atuarem na área de sistemas de sinalização de metrôs.

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