Em posição contrária à do Brasil e a da Argentina, o Presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, divulgou em nota oficial que reiterou sua posição de passar a presidência do Mercosul para a Venezuela, conforme o rodízio estabelecido pelo bloco.
Na última terça-feira (5), o Ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso haviam se reunido em Montevidéu com Vázquez e com o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Nevoa, para pedir ao País, que atualmente preside o Mercosul, que postergue a passagem de comando para a Venezuela, pelo menos até agosto.
O argumento exposto por Serra na ocasião foi de que o país sucessor não haveria cumprido ainda exigências antigas do bloco, como a adesão ao acordo tarifário.
Poucos minutos depois do anúncio, a Ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, publicou em seu Twitter que as declarações de Serra eram ‘insolentes e amorais’. ‘Serra se soma à conjura da direita internacional contra a Venezuela e viola princípios básicos que regem as relações internacionais’, em alusão ao impeachment de Dilma Rousseff, considerado golpe pela gestão de Maduro.
O argumento utilizado pelo chanceler brasileiro não ganhou força pois o Mercosul tem tolerado brechas nas regras de vários sócios e a própria Venezuela já presidiu o bloco em 2013. O consultor sênior da Barral M Jorge, Wagner Parente, conversou com o jornal espanhol El País na quarta (6) e expôs que o Brasil não deveria tentar impedir que a Venezuela presidisse o Mercosul, principalmente porque não há critério legal para isso. “Claro que o Mercosul enfrenta muitos problemas há anos, mas nada justifica rompimento institucional do bloco”, afirma Wagner.
Os chanceleres do Mercosul tinham uma reunião marcada para a próxima segunda-feira, dia 11, porém Serra anunciou que não poderá comparecer por conta de compromissos diplomáticos na China. A reunião ainda não está confirmada.
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Texto e Assessoria de Comunicação
Camilla Azeredo
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