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Há muitos anos que os veículos elétricos têm estado em stand by, não conseguem ter uma presença mercadológica expressiva, por uma série de razões, preço, interesses legítimos econômicos e mercadológicos, autonomia, infraestrutura de carregamento e até crise hídrica, como no Brasil, têm concorrido para frear o avanço desses veículos, a despeito de seu apelo tecnológico, ambiental e climático e de seu menor custo operacional – custo/km.
Mas o que parecia ser uma barreira intransponível, diante do modelo ainda predominante, na matriz energética do setor de transporte, tem mostrado sinais de uma mudança com características de irreversibilidade.
Muitos fatores estão concorrendo para essa tendência, como a evolução das baterias, da tecnologia, em especial da eletrônica envolvida, no trio crítico do carro elétrico: motor, controle e bateria. Mas o avanço tem vindo, quase surpreendentemente, de outro vetor: a conectividade!
Explicando: com o aumento exponencial da conectividade, tem havido um correspondente aumento da distração do condutor dos veículos e o consequente aumento de acidentes, não raro, fatais. Como a indústria tem reagido a isso? Com a tecnologia dos carros autônomos!
Embora o conceito de carros autônomos aparente uma visão excessivamente utópica e futurista, é preciso saber que existem seis níveis de “autonomia” e que vários deles já incorporam os nossos veículos, isto é, estão no mercado: desde a elementar manobra de estacionamento, passando pela condução corretiva (desvios diante de obstáculos ou acidentes iminentes), até a situação de plena autonomia, ainda não regulamentada.
E o que se observa, nesse contexto?
É que os circuitos e sensores necessários a todos esses dispositivos – conectividade/autonomia- são mais efetivos, funcionam melhor no veículo elétrico! Uma das razões é a crescente interdependência (interlock) entre os componentes do powertrain (motor-transmissão) do veículo.
Assim, como é sabido, a partir da necessária e demandada conectividade, vai-se ao encontro da tecnologia dos autônomos e estas encontram seu melhor ambiente, em termos de funcionalidade, no carro elétrico.
É importante ressaltar que existem outros fatores que estão concorrendo, também, para o avanço do carro elétrico. A mudança de paradigma do uso dos veículos automotores tem e deverá ter um papel preponderante: a prática do veículo compartilhado.
No âmbito de todas essas variáveis, destaca-se a necessidade de uma política industrial para a eletromobilidade que transcenda a questão estrito senso, dos veículos, mas abranja tópicos da infraestrutura – carregamento e ciclo de vida das baterias-, da tributação e da tarifa da energia elétrica, dentre outras.