Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou na última quinta-feira (7) ao cargo de Presidente da Câmara dos Deputados. Durante o anúncio, o ex-presidente, em lágrimas, afirmou que estava sendo perseguido devido a aprovação do processo de impeachment de Dilma. Além disso, Cunha afirmou que espera que sua renúncia acabe com o caos no Congresso.
Mas seria esse fato prejudicial ou positivo para o Governo Temer?
Em entrevista à agência de notícias americana Bloomberg, o Chefe do Núcleo de Análise Política da Barral M Jorge, Juliano Griebeler, afirmou que por um lado, a renúncia de Cunha posterga a agenda de votação que Temer tenta avançar antes da conclusão do processo de impeachment.
Contudo, por outro lado, resolve a instabilidade política que o presidente da Câmara, Waldir Maranhão, vem causando no Congresso.
“Sendo assim, é mais positivo que negativo para Temer. Resta saber quando Maranhão dará prosseguimento aos trâmites burocráticos para que o prazo de cinco sessões para novas eleições comece a contar. O deputado demonstrou que não tem pressa em abandonar a posição que ocupa”, afirme Juliano.
Quem vai assumir a presidência da Câmara?
Para ser efetiva, a renúncia de Cunha precisa ser lida em plenário e publicada no Diário Oficial da Câmara dos Representantes. Após isso, será necessário um período de cinco sessões plenárias para uma nova eleição.
A discussão sobre quem vai substituir Maranhão começaram semanas atrás. Há três grupos que discutem quem será o próximo presidente, os partidos de centro (PP, PR, PSD e outros partidos menores), os novos aliados do governo (PSDB, PPS e DEM), e a oposição (PT, PDT e PCdoB).
De acordo com Juliano, Temer terá de agir para garantir um líder aceito pela maioria dos representantes e que tenha força para conduzir as sessões de votação de acordo com os planos do governo.
“Rogério Rosso (PSD/DF), Presidente da Comissão Especial Impeachment na Câmara, está sendo apontado como um nome com aceitação de quase todos os partidos da coalizão do governo. Ainda hoje, dia 11, os líderes do partido devem tentar agendar uma nova eleição”, indicou o Consultor.
Situação e próximos passos de Cunha
Apesar do renunciar à presidência, Cunha vai manter o seu mandato de Deputado até a decisão final da Casa. Sua esperança é de que os Deputados suavizem as acusações contra ele, agora que ele renunciou e Maranhão deixará de presidir a Casa.
Entretanto, a situação de Cunha chegou a um ponto em que será difícil qualquer resultado além da revogação do seu mandato.
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Texto e Assessoria de Comunicação
Camilla Azeredo
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