A retomada do crescimento do Brasil pode estar comprometida após o clima de instabilidade política instalado na nação. Isso porque os investimentos previstos para as rodadas de concessões que se aproximam podem não mais ser aplicados no País. Os consultores de mercado relatam que os investidores estrangeiros foram surpreendidos com a notícia em um momento em que começavam a olhar o País com mais otimismo e até “encantamento” por conta da evolução das reformas e da retomada da economia.
Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, afirmou que as recentes revelações contra o presidente da República podem adiar o programa de concessões do Governo Federal para 2022.
“Uma nova crise política reverte o quadro de retomada da economia do país, e gera incertezas para qualquer desfecho possível de se imaginar para o governo Temer”, destaca.
Já no setor de óleo e gás, porém, esse impacto pode ser mitigado, conforme avaliação de Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo – ANP.
“Hoje coloquei um panorama do setor nos próximos anos, as próximas rodadas, e depois das conversas iniciais na sessão de debates ninguém perguntou nada sobre a situação de curto prazo do Brasil”, explicou acerca das reuniões com investidores do setor.
Atração de investidores para o setor
Segundo o advogado e professor de Direito Público Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, as rodadas de concessões e os projetos de investimentos são os vetores de desenvolvimento nacional, tanto para a geração de empregos quanto para a ampliação da capacidade produtiva nacional.
“Em tempos de crise, é fundamental que o Poder Público esteja atento aos sinais dos investidores a fim de mantê-los sempre informados dos próximos passos”, observa.
O professor destaca que informação e confiabilidade são pontos centrais para a atração dos investidores, sejam eles nacionais ou estrangeiros.
“Manter a interlocução com os setores que se pretende atrair é fundamental para manter o País no radar dos investimentos”, conclui Jacoby Fernandes.