Se ainda havia resquícios de dúvidas sobre o afastamento – eufemismo para ruptura – do PMDB em relação ao governo, as últimas notícias de dentro do partido mitigaram possíveis margens sobre o resultado da reunião geral de amanhã, dia 29. Michel Temer, Vice-Presidente da República e Presidente nacional do PMDB, trocou a busca por uma maioria pela unanimidade do partido em torno do rompimento com Rousseff.
Aliado a este cenário, há, ainda, a brusca mudança de perspectiva dos ministros do partido no governo. Outrora convictos de permanecer em seus postos no caso de um rompimento efetivo, a maioria, agora, sinaliza à Presidente que seria deveras complicado permanecer na base aliada.
O estopim para a efusiva mudança de discurso dos governistas foi a decisão do PMDB do Rio de Janeiro, divulgada semana passada, de abandonar Dilma. A seção do RJ, detentora de maior influência, conta com personalidades como Jorge Picciani – líder do PMDB-RJ e pai de Leonardo Picciani, líder do partido na Câmara. Leonardo, por sua vez, não se pronunciou sobre o assunto. A onda pró-rompimento angaria ainda mais força com a possível adesão do segundo maior diretório do PMBD, o de Minas Gerais. Presidente da seção mineira, Antonio Andrade já salientou aos governistas não ser possível assegurar o apoio dos demais integrantes mineiros do diretório nacional.
Francisco Almeida, Analista Político da Barral M Jorge
