Acordo entre os blocos é essencial para o país, que já foi excluído do Sistema Geral de Preferências (SGP) europeu em janeiro do último ano
Foto: François Lenoir / Reuters
Em 2010, a União Europeia e o Mercosul retomaram as conversas para negociar um acordo comercial entre os dois blocos, que ficou seis anos suspenso – de 2004 a 2010. Nos dias 1 e 2 de outubro houve uma nova rodada de negociações, mas ainda não se chegou a um consenso.
Para o Brasil, a decisão sobre o acordo é essencial para saúde econômica das exportações. Principalmente depois que o país foi suspenso, em 2014, do Sistema Geral de Preferências (SGP) – que é um selo dado pela UE aos países emergentes, para incentivá-los a exportar para o continente. Segundo o governo federal, a exclusão do Brasil do SGP afetou 12% das exportações ao bloco europeu, o que equivale a R$ 7,9 bilhões.
“O não fechamento do acordo entre o Mercosul e a UE afetará diretamente o Brasil, pois, atualmente, as importações brasileiras têm preferência e benefícios fiscais na Europa”, adverte Rui Faria da Cunha, consultor da Barral M Jorge em Bruxelas e especialista em acordos internacionais.
Nas negociações entre os blocos, os dois lados montam uma lista dos produtos que podem ter tarifa zerada em transações comerciais. Caso o acordo não seja firmado, o prejuízo brasileiro pode chegar a € 58,2 bilhões.
Atualmente, 20% das exportações brasileiras são para a Europa e 21% do que é importado é proveniente do continente europeu, de acordo com os dados da Eurostat.
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