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Vendas externas das tradings caíram 20%

By 11 de fevereiro de 2015No Comments

Paula Salati 

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, as exportações de empresas intermediárias passaram de US$ 23 bilhões, em 2013, para US$ 18 bilhões em 2014

As exportações das trading companies brasileiras tiveram queda de 20% entre os anos de 2013 e 2014, passando de uma receita de US$ 23,658 bilhões para US$ 18,725 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

No mesmo período, a balança comercial do setor também teve retração e foi de US$ 19,241 bilhões para US$ 14,567 bilhões. Já as importações tiveram uma pequena redução, passando de US$ 4,417 bilhões, em 2013, para US$ 4,158 bilhões, em 2014.

Para o sócio diretor da Barral M Jorge Consultores Associados, Welber Barral, o desempenho ruim da exportação e do saldo comercial das trading companies está relacionado à queda dos preços das commodities agrícolas e minerais no mercado internacional, o que tem garantido menores receitas às vendas do setor. ‘Grande parte das comerciais exportadoras no Brasil acabaram se especializando em commodities’, afirma Barral. ‘Poucas são as trading que investem em novos produtos’.

Para o especialista, é importante que as comerciais exportadoras busquem investir em outros setores, para diversificar a exportação, além de conseguir atingir mais as pequenas empresas. No entanto, Barral ressalta que, para fomentar as tradings e a exportação das pequenas no Brasil, é necessário reduzir a burocracia e simplificar tributos para o setor. ‘Em alguns casos, pequenas empresas que exportam por meio de trading têm dificuldades de comprovar uma exportação, já que realizam vendas indiretamente. Portanto, o acesso a alguns benefícios tributários ou de drawback, por exemplo, acaba sendo difícil’, relata Barral. ‘É preciso regras para facilitar esses procedimentos’, afirma.

Gargalos

O presidente do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (CECIEx), Roberto Ticoulat, também ressalta a importância de uma simplificação tributária para as comerciais e exportadoras. ‘As tradings costumam acumular créditos e não conseguem repassá-los a terceiros, devido à demora no ressarcimento junto aos governos estadual e federal’, diz Ticoulat. ‘É necessário desonerar a cadeia de exportação’, completa.

O gestor do Programa Brasil Trade da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Maurício Manfré, também concorda que deve haver uma simplificação tributária e conta que a agência tem trabalhado, desde 2008, para aproximar micro, pequenas e médias empresas das comerciais exportadoras. Ele conta que a ação consiste em promover rodadas de negócios no Brasil e no exterior com a presença das tradings brasileiras, que são apresentadas aos compradores como Exporting Houses – empresas responsáveis pela exportação de micro pequenas indústrias. ‘Dessa forma, estamos conseguindo promover o setor no mercado externo’.

Ele conta que a Apex iniciou esse programa após verificar que haviam muitas empresas comerciais exportadoras sem qualificação e distantes das pequenas. ‘Além disso, há uma ideia de que a trading distancia as pequenas de seus negócios. Na verdade, essas são apenas uma representante das empresas’, complementa o gestor da Apex.

Consórcios de exportação

Já para o coordenador do curso de Comércio Internacional da Universidade Anhembi Morumbi, José Meireles, inserir o Brasil no mercado internacional de forma sustentável implica em fomentar os consórcios de exportação.

Ele explica que esses agrupamentos permitem que as indústrias conheçam melhor o mercado e criem uma rede de informação mais fortalecida acerca do comércio internacional. ‘Para comprovar documentos, por exemplo, também facilita a vida da empresa, já que ela estará associada com outras companhias e, portanto, atuando em uma escala maior’, finaliza.

Fonte: Portal de Inteligência Competitiva do Agro Brasileiro

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